top of page

​O Casarão do Pau Preto foi construído entre 1810 e 1820, edifício histórico, representante das casas bandeiristas do Brasil colonial

 

Remanescente do primeiro núcleo urbano de Indaiatuba, o Casarão Pau Preto, edifício de grande relevância histórica e social para a cidade e para o estudo das técnicas construtivas paulistas, foi tombado pelo Conselho Municipal de Preservação de Indaiatuba no dia 07 de agosto de 2002, após ter sido indicado como um bem edificado de interesse público, primeiramente no dia 24 de fevereiro de 1983 e, posteriormente, em 13 de outubro de 1997.

 

Antiga propriedade do padre Antônio Cassemiro da Costa Roris em meados do século XIX, foi construída provavelmente entre 1810 e 1820 como sede de uma chácara, bem próxima a capela que daria origem à freguesia de Indaiatuba. Passou a ser sede da Fazenda do Pau Preto, apenas em 1885, quando ganhou seu nome atual ao ser adquirida por Joaquim Emígdio de Campos Bicudo em hasta  pública.

 

Embora fosse originalmente sede de uma chácara, sua implantação junto ao incipiente núcleo urbano determina o alinhamento da fachada frontal e seu partido longitudinal ao longo da rua. Ao fundo a casa se articula com um amplo pátio e quintal, parcialmente preservado.

 

Exemplar representativo das casas paulistas, cujos alicerces são de taipa-de-pilão, bem como as paredes estruturais, até a altura do peitoril das janelas. A partir desta linha as paredes com envasaduras são de taipa-de-mão, já as paredes que não possuem vãos são integralmente de taipa-de-pilão. Grades de balaústras de seção quadrada, assentadas na diagonal, elemento característico das casas bandeiristas do Planalto de Piratininga e que se espalharam pelos territórios conquistados pelos paulistas, compõe todas as janelas que se abrem para a rua e algumas das janelas voltadas para o pátio interno. Outros elementos são típicos das casas construídas durante o ciclo do açúcar na capitania de São Paulo: o telhado em duas águas, sem tesouras cujos caibros se apoiam diretamente nos frechais; os amplos beirais, essenciais para preservar as paredes de taipa da ação das chuvas, apoiados nas estruturas autônomas dos cachorros; vergas retas de madeira em portas e janelas e piso originalmente de sobrado.

 

Em 1840 a Fazenda Pau Preto tinha em suas terras uma plantação de 200 pés de café. Foi a partir de 1885, que a casa, adquirida pelo proprietário da Fazenda Pau Preto em hasta pública, passou a ser sua sede. Entre as adaptações pelas quais o engenho de açúcar passou ao converter-se em fazenda de café encontra-se a tulha construída em alvenaria de tijolos, a maneira inglesa, a fim de abrigar a primeira máquina de beneficiar café de Indaiatuba movida a vapor e importada da Inglaterra.

 

Por mais de cem anos o casarão Pau Preto foi propriedade da família Bicudo, que utilizou e conservou o imóvel. Já na década de 1980, alvo do mercado imobiliário, o casarão estava prestes a ser demolido, quando um movimento de moradores da cidade se organizou para impedir sua destruição dando início à Fundação Pró-Memória de Indaiatuba que se tornou então responsável pela conservação do imóvel.

 

Em 1983, após passar por reformas, o casarão passou a abrigar a Secretaria de Cultura do município e atualmente abriga um Museu, a própria sede da Fundação Pró-Memória e a Biblioteca Rui Barbosa, além de um auditório, funcionando na antiga tulha.

 

Em 2013, o casarão foi interditado devido ao rompimento de uma adutora na rua em frente ao mesmo. Parte de uma parede construída em taipa de pilão desabou, colocando em risco o casarão Pau Preto, que ficou fechado por um ano para a recuperação da parede e reformas em geral. Em abril de 2014 o casarão foi reaberto, totalmente restaurado e com muitas novidades, dentre elas, a construção de um boulevard em frente ao casarão, com piso de tijolos rústicos, palmeiras, floreiras de madeira, bancos e luminárias, que impedirá o trânsito excessiovo em frente ao edifício histórico.

 

Foto: César Fontenelle / EPTV
Fonte: http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2014/04/predio-historico-fechado-ha-um-ano-para-obras-e-reaberto-em-indaiatuba.html

Casarão Pau Preto

bottom of page